Um pedido: quero estar perdido

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Viajando, surfando, dançando, fluindo nos pensamentos. São sinônimos íntimos e totalmente perdidos entre si. Mas por sorte a regra aqui não é se encontrar, a magia é justamente essa, é onde se concentra toda a graça e a excitação: se perder! 
Perder si mesmo, perder o controle, perder...
Porque o que quero ganhar na verdade é um destino, com malícias, sem planos, supreendente e encantador. Que me coloque em um mundo que eu desejei sem conhecer.
Quero perder...
Se perder também é uma estrada, talvez um atalho. 
Quero perder, para então ganhar algo, alguém... Ou estar perdido em alguém!



Luana Brito

Uma prosa de Lana Del Rey

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Estive sufocada ultimamente com tanto lixo musical ao redor (não só falo a nível nacional) e esse fato me colocou como alternativa retornar pra maravilhosas produções "antigas" , que prefiro chamar de eternas  e me fez desejar ter vivido em outra década. Mas nos dois últimos anos apareceram [graças a Deus] dois super nomes que não me fizeram desistir de tachar a música como arte: Adele e Lana del Rey. 
Se você associou o nome "Adele" com a palavra "gorda" e "Lana del Rey" com "depressiva", por favor feche a janela, agora. Grata.

A linda [queria colocar mais uns quinze adjetivos, mas não quero testar a paciência de ninguém] Adele que me perdoe, mas hoje vou falar de Lana.

Uma das últimas produções de Lana me fez admirar ainda mais a arte, a autenticidade, a poesia e A PROSA dessa moça novaiorquina. O clipe "Ride" é composto de incríveis 10:10 min, nunca fui fã de clipes grandes e cansativos, mas este merece toda a exceção do mundo. "Ride" tem uma introdução e um encerramento desenhado por um monólogo esplêndido escrito por Del Rey, para a personagem do seu curta-metragem. Na minha humilde opinião o texto é uma combinação de palavras cheias de verdade, profundidade e identidade. 

Eu estava no inverno de minha vida – e os homens que conheci pela estrada foram meu único verão. À noite caía no sono com visões de mim mesma dançando, rindo e chorando com eles. Três anos estando em uma turnê mundial sem fim e minhas memórias deles eram as únicas coisas que me sustentavam, e meus únicos momentos felizes de verdade. Eu era uma cantora, não muito popular, que uma vez teve sonhos de se tornar uma bela poeta – mas por uma infeliz série de eventos viu aqueles sonhos riscados e divididos como um milhão de estrelas no céu da noite, que desejei de novo e de novo – brilhantes e quebradas. Mas eu não me importava porque sabia que era necessário conseguir tudo que você sempre quis e então perder para saber o que liberdade realmente é.
Quando as pessoas que eu conhecia descobriram o que estive fazendo, como eu tinha vivido – me perguntaram o porquê. Mas não há utilidade em falar com pessoas que tem um lar. Eles sabem o que é procurar segurança em outras pessoas, já que lar é onde você descança sua cabeça.
Sempre fui uma garota incomum, minha mãe me disse que eu tinha uma alma de camaleão. Sem senso de moral apontando para o norte, sem personalidade fixa. Apenas uma indecisão interior tão extensa e tão ondulante quanto o oceano. E se eu disser que não planejei para que tudo fosse desse jeito, estaria mentindo – porque nasci para ser outra mulher. Pertenci a alguém – que pertenceu a todo mundo, quem não teve nada – que quis tudo com uma vontade por cada experiência e uma obsessão por liberdade que me aterrorizava a ponto de não poder sequer falar sobre – e me levou a um ponto de loucura onde tanto me deslumbrava quanto me deixava tonta.
Toda noite eu costumava rezar para que pudesse encontrar meu povo – e finalmente encontrei – na estrada aberta. Não tínhamos nada a perder, nada a ganhar, nada que desejávamos mais – exceto fazer de nossas vidas uma obra de arte.
VIVA RÁPIDO. MORRA JOVEM. SEJA SELVAGEM. E SE DIVIRTA
Eu acredito no país que a América costumava ser. Acredito na pessoa que quero me tornar, acredito na liberdade da Estrada aberta. E meu lema é o mesmo de sempre.
*Acredito na gentileza de estranhos. E quando estou em guerra comigo mesma – dirijo. Apenas dirijo.*
Quem é você? Você está em contato com todas as suas fantasias mais sombrias?
Você criou uma vida para si mesma onde é livre para experimentá-la?
Eu criei.
Sou maluca pra caralho. Mas sou livre.
- Lana Del Rey
Fabuloso, apenas.
Lana tem uma música honesta, generosa, pura, limpa, linda e pra me derreter de vez NOSTÁLGICA.
Confira o clipe, além do monólogo "Ride" é completa de perfeição.


Post dedicado ao meu querido Alex Rodrigues. 



Impeachment de Renan Calheiros

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Hoje vou fugir do que geralmente posto pra compartilhar com vocês uma indignação:

Renan Calheiros acaba de ser nomeado Presidente do Senado, depois da saída de Sarney. Esses são nomes familiares pra você? Se sim, aposto que todos te lembram uma palavrinha: CORRUPÇÃO!


Isso mesmo, então vamos a um breve histórico da "carreira" de Calheiros:

Apenas um aluno, em 1989 Renan fez parte da assessoria de ninguém menos que Fernando Collor  (aham, o carinha que passou a mão na poupança da galera).
Calheiros já foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes de corrupção pela Procuradoria Geral da República (PGR). Renan foi presidente da casa de 2005 a 2007, até que denúncias de corrupção fizeram ele renunciar ao posto.
Vamos aos detalhes:
 Em razão dos mesmos fatos de 2007, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, denunciou o senador por peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso. Um dos líderes do PMDB e aliado do governo do PT, Calheiros foi eleito em uma votação secreta com 56 votos SECRETOS (sim, corja de safados e covardes) dos 78 senadores presentes na sessão. 

É esse perfil que é digno de PRESIDIR? Presidir o Senado Federal?
Chega de tanta vergonha, chega de escândalos, chega de IMPUNIDADE!
 Assine o Impeachment, com 1% do eleitorado nacional (1 mi e 360 mil assinaturas) conseguiremos levar a petição a votação!
"Mais uma série de fotos ATEMPORAIS em momentos onde fomos para as ruas e para a praia e para o CONGRESSO mostrar nosso repúdio a estes MESMOS PERSONAGENS que estão novamente TRIPUDIANDO da PASSIVIDADE do Povo. O VOTO SECRETO MOSTRA A ÍNDOLE dessa CORJA de SAFADOS". -Tico Santa Cruz

Pra quê falar de amor?

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Falar de amor é tão clichê que a palavra vem perdendo a essência, vêm perdendo o sabor...
Poetas, compositores, escritores, pintores, todos eles já falaram, já cantaram, já escreveram, já fizeram arte. Há um tempo “amor” era um assunto tão complexo, tão infinito que parecia ser intocável, só os loucos falavam em amor, só os loucos definiam amor...
Pois bem, hoje, depois de tantas vezes dita, tantas vezes proclamada prefiro ser arbitrária, prefiro generalizar: O amor é tudo! Como diria Chico Xavier “Tudo é amor, até o ódio, o qual julga ser a antítese do amor, nada mais é senão o próprio amor que adoeceu gravemente”.
Sólido, fluido, bonito, triste, sério, enigmático. O amor pode ser o que você quiser, pode ser o que sua alma pedir.
Dizer que o amor é tudo faz com que voltemos ao início, faz com que voltemos ao infinito. Essa indefinição é tão malandra que faz com que passemos pela eternidade, sentindo a essência deste sentimento sem perceber.
Portanto, o amor só tem sentido, se não fizer sentido nenhum. Não precisamos questioná-lo, parem de falar de amor... Basta senti-lo. Já se torna suficiente.

Zaha Hadid: a mulher da arquitetura

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Sempre procuro pesquisar sobre as grandes personalidades da arquitetura, nomes que conseguiram transformá-la das mais diversas formas,  com os mais diversos traços. No entanto, uma coisa que me chamou a atenção é que na categoria de "grandes arquitetos" poucos ou quase nenhum nome feminino está inserido, e isto a nível mundial,ao apertar o "ENTER" da pesquisa os cinco primeiros nomes nos resultados são FRANK LLOYD WRIGHT, RENZO PIANO, OSCAR NIEMEYER, ANTONI GAUDÍ e LE CORBUSIER. Viu? Nenhuma "moça".
Será que realmente as mulheres não tiveram a oportunidade de mostrar sua arquitetura? Ou será que elas estão ocultas por conta da cultura machista de que o brilhantismo só cabe aos homens? Bom, eu voto na segunda opção porque existe um nome que anula totalmente a primeira e ele é ZAHA RADID.


Centro Rosenthal de Arte Contemporânea (1998),
 Cincinnati, Ohio, EUA
ZAHA é uma arquiteta iraquiana, começou estudando matemática na Universidade Americana de Beirute (a melhor do mundo árabe) e teve sua formação construída na Architectural Association de Londres, onde mais tarde passaria a lecionar. Traz como identidade arquitetônica o desconstrutivismo (desconstrução), uma corrente da arquitetura que é caracterizada pela desintegração, pelas formas não-retilíneas, manipulando a aparência de superfície e distorcendo paredes,piso, coberturas e aberturas. A melhor forma de descrever a arquitetura,sem dúvidas é através de imagens. Então vamos para alguns dos projetos executados de de Zaha:

Bergisel Ski Jump (2002), Innsbruck, Áustria
Terminal Hoenheim-North & estacionamento (2001), Estrasburgo, França
A maioria dos projetos de Zaha são conceituais, ou seja, as ideias ficam em primeiro plano e a execução em segundo, talvez esse seja o segredo da ousadia que predomina em seus projetos.Ultimamente a computação gráfica tem sido sua aliada, recurso este que casa perfeitamente com o pós-modernismo e o resultado é impressionante.

Projeto idealizado para a baía de Dubai, "Torres de dança"




Complexo Beko, Belgrado - Sérvia

Um dos projetos mais recentes de Zaha foi o Centro Aquático de Londres, projetado especialmente para as Olimpíadas de 2012. Inspirado na geometria do fluído da  água em movimento. Confira:


Centro aquático de Londres























A primeira e única mulher a receber o Prêmio Pritzker de Arquitetura (o nobel da arquitetura), pelo conjunto de sua obra. Acredito que com essa pequena descrição da vida e obra dessa anglo-iraquiana dê pra entender o porquê da premiação. Zaha veio desconstruindo, literalmente desconstruindo o machismo e a arquitetura só tem a agradecer por isso e nós, a admirar.



Inúteis antíteses

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O bem e o mal, o calor e o frio, a vida e a morte, a tristeza e a alegria, a guerra e a paz...
Costumamos nos limitar a esses extremos, as expectativas chegam a ser definidas por duas possibilidades, por dois paradoxos. Talvez essa seja uma das alternativas errantes do homem para fazer que tudo esteja sob controle, sem deixar sua própria liberdade fluir.
Liberdade! Será a palavra certa pra nos livrar da ideologia falha de se esperar da vida as malditas antíteses? 
Gosto da complexidade, dos mistérios e das descobertas. Essas sim, nos fazem bem, nos fazem buscar, nos fazem sentirmos vivos!
Gregório de Matos obteve sucesso com as antíteses na literatura barroca. Que bom, vou ficando por aqui mesmo com minhas complicações e meu mundo bagunçado. Ao menos, não vou precisar pedir perdão no final da história. 

A catástrofe que ilude

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Me pareceu um fenômeno espetacular, algo tão inusitado que me gerou estranhesa. Era uma catástrofe do bem, um tornado de felicidade... Bagunçou, quebrou, arranhou, trincou... Fez tudo com a alegria mais intensa do mundo. Desenhou em mim o sorriso bobo, estranhamente aberto enquanto me destruía... No entanto, quando foi embora me fez preferir imensamente a REAL catátrofe, o desastre negativo, aquele que machuca momentaneamente e quando vai embora nos permite a eternidade em paz, pois a sua catástrofe é como uma droga pesada, daquelas que permite o extase por alguns segundos, vai embora e me faz sangrar numa eterna guerra.

Luana Brito