Uma prosa de Lana Del Rey


Estive sufocada ultimamente com tanto lixo musical ao redor (não só falo a nível nacional) e esse fato me colocou como alternativa retornar pra maravilhosas produções "antigas" , que prefiro chamar de eternas  e me fez desejar ter vivido em outra década. Mas nos dois últimos anos apareceram [graças a Deus] dois super nomes que não me fizeram desistir de tachar a música como arte: Adele e Lana del Rey. 
Se você associou o nome "Adele" com a palavra "gorda" e "Lana del Rey" com "depressiva", por favor feche a janela, agora. Grata.

A linda [queria colocar mais uns quinze adjetivos, mas não quero testar a paciência de ninguém] Adele que me perdoe, mas hoje vou falar de Lana.

Uma das últimas produções de Lana me fez admirar ainda mais a arte, a autenticidade, a poesia e A PROSA dessa moça novaiorquina. O clipe "Ride" é composto de incríveis 10:10 min, nunca fui fã de clipes grandes e cansativos, mas este merece toda a exceção do mundo. "Ride" tem uma introdução e um encerramento desenhado por um monólogo esplêndido escrito por Del Rey, para a personagem do seu curta-metragem. Na minha humilde opinião o texto é uma combinação de palavras cheias de verdade, profundidade e identidade. 

Eu estava no inverno de minha vida – e os homens que conheci pela estrada foram meu único verão. À noite caía no sono com visões de mim mesma dançando, rindo e chorando com eles. Três anos estando em uma turnê mundial sem fim e minhas memórias deles eram as únicas coisas que me sustentavam, e meus únicos momentos felizes de verdade. Eu era uma cantora, não muito popular, que uma vez teve sonhos de se tornar uma bela poeta – mas por uma infeliz série de eventos viu aqueles sonhos riscados e divididos como um milhão de estrelas no céu da noite, que desejei de novo e de novo – brilhantes e quebradas. Mas eu não me importava porque sabia que era necessário conseguir tudo que você sempre quis e então perder para saber o que liberdade realmente é.
Quando as pessoas que eu conhecia descobriram o que estive fazendo, como eu tinha vivido – me perguntaram o porquê. Mas não há utilidade em falar com pessoas que tem um lar. Eles sabem o que é procurar segurança em outras pessoas, já que lar é onde você descança sua cabeça.
Sempre fui uma garota incomum, minha mãe me disse que eu tinha uma alma de camaleão. Sem senso de moral apontando para o norte, sem personalidade fixa. Apenas uma indecisão interior tão extensa e tão ondulante quanto o oceano. E se eu disser que não planejei para que tudo fosse desse jeito, estaria mentindo – porque nasci para ser outra mulher. Pertenci a alguém – que pertenceu a todo mundo, quem não teve nada – que quis tudo com uma vontade por cada experiência e uma obsessão por liberdade que me aterrorizava a ponto de não poder sequer falar sobre – e me levou a um ponto de loucura onde tanto me deslumbrava quanto me deixava tonta.
Toda noite eu costumava rezar para que pudesse encontrar meu povo – e finalmente encontrei – na estrada aberta. Não tínhamos nada a perder, nada a ganhar, nada que desejávamos mais – exceto fazer de nossas vidas uma obra de arte.
VIVA RÁPIDO. MORRA JOVEM. SEJA SELVAGEM. E SE DIVIRTA
Eu acredito no país que a América costumava ser. Acredito na pessoa que quero me tornar, acredito na liberdade da Estrada aberta. E meu lema é o mesmo de sempre.
*Acredito na gentileza de estranhos. E quando estou em guerra comigo mesma – dirijo. Apenas dirijo.*
Quem é você? Você está em contato com todas as suas fantasias mais sombrias?
Você criou uma vida para si mesma onde é livre para experimentá-la?
Eu criei.
Sou maluca pra caralho. Mas sou livre.
- Lana Del Rey
Fabuloso, apenas.
Lana tem uma música honesta, generosa, pura, limpa, linda e pra me derreter de vez NOSTÁLGICA.
Confira o clipe, além do monólogo "Ride" é completa de perfeição.


Post dedicado ao meu querido Alex Rodrigues. 



1 comentários:

  1. Linda LUANA.
    Obrigado por dedicar seu texto a mim. eu realmente sou guiado por esse mulher,bjs

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