Pra quê falar de amor?

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Falar de amor é tão clichê que a palavra vem perdendo a essência, vêm perdendo o sabor...
Poetas, compositores, escritores, pintores, todos eles já falaram, já cantaram, já escreveram, já fizeram arte. Há um tempo “amor” era um assunto tão complexo, tão infinito que parecia ser intocável, só os loucos falavam em amor, só os loucos definiam amor...
Pois bem, hoje, depois de tantas vezes dita, tantas vezes proclamada prefiro ser arbitrária, prefiro generalizar: O amor é tudo! Como diria Chico Xavier “Tudo é amor, até o ódio, o qual julga ser a antítese do amor, nada mais é senão o próprio amor que adoeceu gravemente”.
Sólido, fluido, bonito, triste, sério, enigmático. O amor pode ser o que você quiser, pode ser o que sua alma pedir.
Dizer que o amor é tudo faz com que voltemos ao início, faz com que voltemos ao infinito. Essa indefinição é tão malandra que faz com que passemos pela eternidade, sentindo a essência deste sentimento sem perceber.
Portanto, o amor só tem sentido, se não fizer sentido nenhum. Não precisamos questioná-lo, parem de falar de amor... Basta senti-lo. Já se torna suficiente.

Zaha Hadid: a mulher da arquitetura

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Sempre procuro pesquisar sobre as grandes personalidades da arquitetura, nomes que conseguiram transformá-la das mais diversas formas,  com os mais diversos traços. No entanto, uma coisa que me chamou a atenção é que na categoria de "grandes arquitetos" poucos ou quase nenhum nome feminino está inserido, e isto a nível mundial,ao apertar o "ENTER" da pesquisa os cinco primeiros nomes nos resultados são FRANK LLOYD WRIGHT, RENZO PIANO, OSCAR NIEMEYER, ANTONI GAUDÍ e LE CORBUSIER. Viu? Nenhuma "moça".
Será que realmente as mulheres não tiveram a oportunidade de mostrar sua arquitetura? Ou será que elas estão ocultas por conta da cultura machista de que o brilhantismo só cabe aos homens? Bom, eu voto na segunda opção porque existe um nome que anula totalmente a primeira e ele é ZAHA RADID.


Centro Rosenthal de Arte Contemporânea (1998),
 Cincinnati, Ohio, EUA
ZAHA é uma arquiteta iraquiana, começou estudando matemática na Universidade Americana de Beirute (a melhor do mundo árabe) e teve sua formação construída na Architectural Association de Londres, onde mais tarde passaria a lecionar. Traz como identidade arquitetônica o desconstrutivismo (desconstrução), uma corrente da arquitetura que é caracterizada pela desintegração, pelas formas não-retilíneas, manipulando a aparência de superfície e distorcendo paredes,piso, coberturas e aberturas. A melhor forma de descrever a arquitetura,sem dúvidas é através de imagens. Então vamos para alguns dos projetos executados de de Zaha:

Bergisel Ski Jump (2002), Innsbruck, Áustria
Terminal Hoenheim-North & estacionamento (2001), Estrasburgo, França
A maioria dos projetos de Zaha são conceituais, ou seja, as ideias ficam em primeiro plano e a execução em segundo, talvez esse seja o segredo da ousadia que predomina em seus projetos.Ultimamente a computação gráfica tem sido sua aliada, recurso este que casa perfeitamente com o pós-modernismo e o resultado é impressionante.

Projeto idealizado para a baía de Dubai, "Torres de dança"




Complexo Beko, Belgrado - Sérvia

Um dos projetos mais recentes de Zaha foi o Centro Aquático de Londres, projetado especialmente para as Olimpíadas de 2012. Inspirado na geometria do fluído da  água em movimento. Confira:


Centro aquático de Londres























A primeira e única mulher a receber o Prêmio Pritzker de Arquitetura (o nobel da arquitetura), pelo conjunto de sua obra. Acredito que com essa pequena descrição da vida e obra dessa anglo-iraquiana dê pra entender o porquê da premiação. Zaha veio desconstruindo, literalmente desconstruindo o machismo e a arquitetura só tem a agradecer por isso e nós, a admirar.



Inúteis antíteses

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O bem e o mal, o calor e o frio, a vida e a morte, a tristeza e a alegria, a guerra e a paz...
Costumamos nos limitar a esses extremos, as expectativas chegam a ser definidas por duas possibilidades, por dois paradoxos. Talvez essa seja uma das alternativas errantes do homem para fazer que tudo esteja sob controle, sem deixar sua própria liberdade fluir.
Liberdade! Será a palavra certa pra nos livrar da ideologia falha de se esperar da vida as malditas antíteses? 
Gosto da complexidade, dos mistérios e das descobertas. Essas sim, nos fazem bem, nos fazem buscar, nos fazem sentirmos vivos!
Gregório de Matos obteve sucesso com as antíteses na literatura barroca. Que bom, vou ficando por aqui mesmo com minhas complicações e meu mundo bagunçado. Ao menos, não vou precisar pedir perdão no final da história. 

A catástrofe que ilude

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Me pareceu um fenômeno espetacular, algo tão inusitado que me gerou estranhesa. Era uma catástrofe do bem, um tornado de felicidade... Bagunçou, quebrou, arranhou, trincou... Fez tudo com a alegria mais intensa do mundo. Desenhou em mim o sorriso bobo, estranhamente aberto enquanto me destruía... No entanto, quando foi embora me fez preferir imensamente a REAL catátrofe, o desastre negativo, aquele que machuca momentaneamente e quando vai embora nos permite a eternidade em paz, pois a sua catástrofe é como uma droga pesada, daquelas que permite o extase por alguns segundos, vai embora e me faz sangrar numa eterna guerra.

Luana Brito

Sorrisos

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Só risos, só do teu que preciso. Da transparência e sinceridade de sua alma que transborda em cada palavra dita, cada abraço dado, cada gargalhada que paira sobre o silêncio e felizmente derrete tudo o que é sólido e bruto, que ilumina todos os dias, que reflete em minhas emoções e me faz chorar de felicidade por você existir em meu ser e por ser tudo.
Tenho vontade da sua inocência esperta, que se acha malandra e que canta e encanta a vida por isso. Vontade de estar, falar e cuidar de tudo que te ronda, tudo que faz parte de você.
Minha humilde vontade que só alcança agradecer, agradecer todos os sorrisos já abertos. Minha humilde vontade cheia de esperanças, estas com certezas, minha esperança é certa de outros risos, só risos.

Modesta matina

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Incrível quando a madrugada vira um ensaio para a vida, onde esta se apresenta esplêndida num palco – holofotes, luzes, claridade – sempre que o sol se caracteriza nascente. A madrugada é o espaço que o protagonista dos gloriosos capítulos produz, ensaia, maquia, decora suas falas e calcula sua expressão para que no outro dia a performance da tão talentosa vida resulte na eficácia e de preferência numa eficácia perfeita. 
A madrugada foi criada para os dias, para que esses funcionem de forma coerente, que nesses haja força, força esta que só a madrugada é capaz de absorver. Ela é a moça por detrás das cortinas. 
É pena que a própria matina com sua modéstia e os espectadores desinteressados desses diários espetáculos se esqueçam de que ela é tão talentosa quanto a luz do dia e não falo de um talento digno do papel de figurante no espetáculo, digo de um talento apropriado pra apresenta um dueto com o dia. Toda impressionante apresentação dura muito pouco, questão de milésimos , já contou quanto tempo há entre a madrugada e o nascer do sol?

Pra não dizer que não falei das cores.

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No arco íris da rotina é razoavelmente fácil definir os dias pelas cores. Não é difícil perceber que a vida é constituída de sete tons, sete tempos, sete teses.
No vermelho paira a confusão, a emoção, os desejos, aqueles desejos não racionais, no entanto, saborosos. Talvez sejam esses os motivos que levam esse tom a definir a paixão.
O toque alaranjado nos entrega as tardes de domingo, as energias, renovando o corpo e a alma num lance espontâneo.
Fixandoo amarelo  o otimismo se acende, nos move. A dança, a música, as festas, os risos... Descontração é essa a lei que entra em vigor.
Verde, a única cor que se sente o cheiro. Folhas, ervas, frescor. O verde traz consigo essa natureza, mas traz consigo também a natureza mais generosa do homem... A esperança.
Ah! O azul! Meu preferido... O mar, o céu, a imensidão. Tenho a impressão de a eternidade também seja azul. O equilíbrio, a calmaria, a suavidade. É do azul que preciso pros meus dias.
Anil, a cor que  ninguém consegue caracterizar com exatidão. Um pouco disso, uma mistura daquilo. O anil é mágico, é místico. Fé! Dedico a fé ao anil.
E os sonhos?
Esses ficam por conta do violeta. O sonho, a imaginação é o mundo de casa um, é o mundo de cada dia.  O violeta explode nas madrugadas.
A íris dos olhos focaliza o espectro no arco, a sinopse da vida está estampada no alto. É possível rever as cores quando o sol brilha pra você, se elas estiverem no céu significam que a tempestade já acabou.

Páginas marcadas

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Suas páginas estão sendo viradas...Escritas da maneira certa? Estão ao menos escritas? Escreva! Escreva até as coisas banais, relate o chocolate que você degustou, a campainha que tocou ás 6 da tarde. Deixe que o leitor se delicie com os detalhes.
Quando os fios brancos iluminarem vão refletir um novo capítulo em sua vida. Não o encare como as folhas finais, esse momento não merece ser escrito em pergaminhos. Não, não merece. 
Somente as histórias utópicas são caracterizadas pelo fim. Escreva! Registre e devolva o seu livro à velha estante de mogno. Complete a fileira. Os livros que retratam os seus vilões e heróis são os antecessores...E os sucessores? Espere que eles entendam a importância de catalogar a própria história, espere que eles entendam que a vida precisa de páginas marcadas, não deixe que o vácuo domine a velha e generosa estante de mogno.

Luana Brito